domingo, 15 de agosto de 2010

Tá pronto para tomar um soco? [Parte 2]

A primeira coisa que eu disse quando li a primeira parte desse post foi “Cara, você faz alguém se matar com esse texto”. Daí veio uma conversa por msn que gerou o texto abaixo e o convite de escreve-lo aqui. Quem sabe depois disso eu não me animo em escrever mais coisas no Bambaloucos, já que ando sem blog? (isso foi uma indireta, Helo)
A conversa se iniciou com a seguinte pergunta:

"Se você pegar um representante da massa e sem lhe explicar nada, o colocar num lugar exatamente igual, mas onde não haja nenhuma forma de controle sobre ele e esse possa escolher o que é melhor para si e tomar seu rumo você terá feito alguma diferença? Alias, ele estaria satisfeito?"

Essa foi a pergunta que apareceu para me fazer pensar sobre o dever de nós todos.
Quando eu li o texto que a Heloisa me mandou por msn, antes que ela fizesse a intertextualidade, eu me lembrei de uma passagem de Matrix.
Há um momento em que Morpheus, o mais experiente do grupo momentaneamente, conta ao novato que existe uma regra quanto a libertação de pessoas na matrix. Após uma certa idade não é seguro para alguém perceber que o mundo real é uma ilusão, estes que não se conformam acabam entrando em depressão, pois sua vida inteira foi uma mentira. Ou ainda desistiam da verdade e pediam para voltar ao mundo virtual, onde não é preciso enfrentar a realidade, apenas assistir o que programaram pra você.

Ao olhar para as pessoas ao seu redor é possível ver esses habitantes do mundo virtual. São pessoas que tem o mesmo corpo e capacidade mental que você, elas SIM tiveram as mesmas oportunidades que você teve (independente de como ela se diga coitada), porém preferiram abdicar do poder de exercer sua personalidade na sociedade. Pensar cansa, dá trabalho, é difícil. Aceitar que somente políticos escolhem os rumos da sociedade e que até lá chegou a corrupção é mais fácil, rápido.

Então você se entrega à um caminho e quer fazer parte de um grupo que vai mudar o mundo. Corre, se esforça, se mata em prol de um objetivo maior. Esse grupo pode ser sua religião, um partido politico ou um grupo ativista. Até o momento em que você percebe que chegou ao ponto zero. Te dizem a verdade, você acredita e pergunta o que deve fazer pra acertar as coisas, te dão missões e você se sente especial, afinal você está ajudando pro mundo melhorar. O problema está no fato de você não mais questionar a informação que recebe. Como você cofia naqueles que ‘sabem’ a ‘verdade’, você se desarma e volta a ser massa, uma massa mais elevada, mais ainda massa.

O que aconteceu tanto comigo quanto com a Helo foi o fato de nos decepcionarmos com a nossa última esperança de mudar o sistema. Percebemos que entre todos os caminhos, todos tentamos e todos deram errado. Ficamos então na sensação de ter força, ter armas e muita vontade de lutar, mas não sabermos por onde ir.
Em vários momentos citávamos a professora que nos acompanha desde o primeiro ano do nosso ensino médio como referência. Sabíamos que ela nos entenderia e saberia o que deveríamos fazer.

Nesse momento os céus se abrem, uma iluminação divina cai sobre mim, um insight repentino e a voz de Deus dizendo “Matou, moleque!”

Eu realmente achei a minha resposta. Não a que eu queria, mas a que eu procurava.
Ninguém pode te dar essa resposta. Não é algo que se aprende, é algo que se sente. A pergunta que fizemos foi:

“Como eu posso modificar a sociedade a minha volta para acabar com a ignorância e vivermos em liberdade?”

O que esperamos é “a solução está aqui” só que não é isso que soluciona nosso problema. Estaríamos novamente obedecendo a algum pensamento externo. Me perguntei então da onde nossa Professora busca forças para continuar andando. Aliás o que ela faz na caminhada dela?

A resposta só ela sabe, por que vem de dentro dela. E essa a liberdade que estamos alcançando, vemos que estamos no nosso próprio controle e não existem mais caminhos a escolher e sim um a se criar. Esse é o nosso maior desafio e nosso maior prazer.
Nesse momento há o desespero do “Ferrou, não há nenhuma resposta!”, mas então vemos que na verdade é um “Não há nenhuma resposta! Graças a Deus!”. Tá na hora de ser livre e botar pra funcionar do meu jeito.

Então eu digo a todos que se identificaram com esse texto. Daqui a alguns anos nos veremos de novo. Teremos tomado caminhos diferente, indo na mesma direção mas por diferentes maneiras. Nos perguntaremos “E ai? Como anda salvando o mundo?”. Você pode me dizer que se tornou uma personalidade importante na mídia, líder de uma nação ou de um grupo ativista, ou tão importante quanto, um professor que formará novos inconformados com o que lhe dizem e dispostos a passar a vida nessa busca.

1 comentários:

Anônimo disse...

Mandou Marquinhos ! *-*
Não tenho nem o que dizer ...
=o
Rs.

PS.: destaque especial para as tags, rs.

BeijooO*

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