domingo, 7 de março de 2010

Noite de chuva ...




Chove muito lá fora.
Ouço o barulho da chuva batendo na janela e, mais ao fundo, as gotas incessantes a molhar o chão. É uma tempestade daquelas ...

No meu quarto, somente eu, minha caneta, uma folha e uma vela, já que estou sem luz elétrica. Confesso que, especificamente hoje, estar sem meu computador me incomoda, mas a situação não é de todo ruim, afinal, ganhei um tempo (só meu) para pensar.

Percebo contudo, que não consigo fixar meu pensamento, como faço quando reflito. Apenas consigo ter devaneios. Alguns bons, outros que não gostaria de ter relembrado. Porém, dentre todos estes, um me chama a atenção. Não é exatamente um devaneio, pois nunca aconteceu, mas expressa uma vontade a qual eu gostaria muito que estivesse sendo atendida agora.

Estou sentada no banco de um ônibus olhando para o lado de fora. Também chove muito, mas, ao contrário de agora, faz frio. O vidro está um tanto embaçado, então passo a manga do casaco para tentar voltar a enxergar o exterior do veiculo. Pelo reflexo, vejo alguém a meu lado, sorrindo. Me viro e nossos olhares se cruzam. Por um instante, me perco numa dimensão aparentemente desconhecida de significados, mas logo sou puxada de volta pela mesma. Retribuo o sorriso e, dando continuidade a nossa silenciosa conversa, aconchego-me em seus braços e viro-me novamente para a janela. 

Neste momento, volto à realidade. Há somente uma ou duas pessoas com as quais este "devaneio" seria possível, mas prefiro que elas não saibam. Estragaria a magia e a paz que, no momento, me envolvem e das quais necessito para não me entediar diante da escuridão do meu quarto.

Minhas pálpebras começam a pesar sobre meus olhos, não vejo mais nitidamente a folha e minha mão já não consegue ser firme com a caneta que segura. Acho que já é hora de dormir e sonhar. Afinal, ainda chove muito lá fora .



3 comentários:

Jessiica Santos disse...

Amiiga, amei esse post. Você escreve muiitoo bem! Parabéns :)

Heloiisa disse...

Tranks, eu te entendo. O devaneio, nessa hora estava apenas começando...

Marcos de Sousa disse...

Amei o texto

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