quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Esta es la juventud del Papa


Fiquei pensando no que eu poderia dizer depois dessa ‪#‎JMJ‬ 


Ainda está tudo muito recente na minha cabeça. Para falar a verdade, ainda não caiu a ficha que acabou. 

Desde 2011 que esperei por isso e posso afirmar com toda a certeza que superou TODAS as minhas expectativas. Foi muito melhor do que eu poderia ter imaginado. 
Ver toda essa gente, vinda de tantos cantos diferentes do Brasil e do mundo só me fez perceber o quão GRANDE a Igreja Católica ainda é. 

Não consigo enxergar como falida uma instituição que consegue reunir mais de 3 milhões de pessoas na praia, em vigília, com frio e chuva, sendo a maioria dessas pessoas JOVENS (categoria da população tida como tão descrente, revoltada e "atéia"). 

Viver essa semana foi simplesmente incrível. 
Nunca trabalhei tanto e me senti tão feliz na minha vida. Foi cansativo demais, mas o prazer de estar ajudando as pessoas e estar servindo por um bem muito maior do que eu foram experiências que vou levar comigo para sempre. 

Jamais vou esquecer os muitos sotaques e línguas que ouvi. Vou guardar no meu coração cada pessoa que passou pelo meu caminho durante essa semana, cada um que compartilhou pelo menos por alguns segundos comigo de tudo isso. 
Foi simplesmente LINDO ver aquele maaaaaaaaaaaar de gente caminhando para Copacabana durante aqueles (oficialmente) 9,5KM. Posso dizer que conseguir fazer isso sozinha, para mim seria completamente impossível (preparo físico ZERO). Mas a força que vinha dos que passavam pela gente durante o trajeto não me deixou desanimar. Era como se me dissessem em diferentes idiomas e cânticos: Ei, seu eu consigo você também consegue !

E eu consegui.



Confesso que, depois de quinta-feira (o dia mais tenso no metrô para mim) achei que não fosse aguentar a #JMJ inteira. Principalmente a peregrinação. Chegar à praia no sábado a tarde depois de passar praticamente o dia inteiro andando foi uma sensação indescritível. Mais do que isso, só mesmo poder ficar dentro do cordão de isolamento do Papa Francisco esperando para vê-lo de perto. Não há como não se emocionar com esse homem. 

O Papa foi uma surpresa a parte para mim. Já imaginava que ele fosse um fofo, uma pessoa que emanasse paz etc, mas o que ele fez durante essa Jornada me deixou de queixo caído. Cada discurso dele possuía uma mensagem tão forte e ao mesmo tempo tão simples que me tocaram já no primeiro momento. Além de refletir, pude aprender e com uma linguagem muito próxima à minha. Era como se ele estivesse falando para mim em uma conversa informal na porta da minha casa. Poder ter o Papa aqui tão perto e ouvir cada mensagem dele foram experiências muito particulares para mim. 

Além de toda a emoção e comoção que essa #JMJ me trouxe, tenho que destacar alguns fatos que COM CERTEZA vou contar para os meus filhos e netos. 
Gente, eu dormi em Copacabana com mais 3 milhões de pessoas, acordei com gringos e brasileiros muito felizes dando "bom dia" uns para os outros como se todos fôssemos vizinhos de porta. Aplaudi o nascer do sol depois de uma noite CONGELANTE (menos para os poloneses, suíços, alemães etc que desfilaram com suas camisetas e bermudas como se estivéssemos em pleno verão), vi o Papa de perto, conheci os bastidores do Metrô Rio, eu vi BISPOS DANÇANDO A COREOGRAFIA PARA UM FLASH MOBILE (sério, isso realmente foi épico), vi milhões de pessoas se reunirem em um mesmo lugar e não deixarem sujeira pelo caminho por onde passaram e nem depredarem nadinha pela cidade. Vi argentinos cantando "eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor", vi chilenos brotarem do chão ao ouvirem "CHI CHI CHI LE LE LE VIVA CHILE !". Fiquei famosa internacionalmente (sim, se vocês virem fotos minhas circulando em facebooks de pessoas de outros países, não se espantem) por causa da mão gigante que usei para trabalhar no metrô. Vi pessoas que nunca se viram na vida se tratando como irmãos ou velhos amigos, gritando e fazendo festa uns para os outros na rua, trocando coisas entre si e tirando fotos. Vi pessoas que estavam de fora se emocionarem com todos esses acontecimentos e abrirem as portas de suas casas (ou as janelas mesmo) para expressarem também sua alegria de alguma forma. Cumprimentei 3 bispos inteiramente paramentados que estavam passeando pelas ruas de Copacabana como se tivessem acabado de sair para comprar pão. Eu vi um australiano vestido de CANGURU, eu vi coreanos que cantavam mais alto do que qualquer outro grupo (por maior que fosse), vi Dom Orani se emocionar ao dizer que irá sentir saudades de tudo isso, vi pessoas demonstrando seu ORGULHO de serem católicos e de professarem uma fé que por muitos é tida como morta. 



Mas o mais importante de TUDO: eu vi um Papa dizer que SIM, nós precisamos ser revolucionários. Porque hoje o que o mundo prega é que todos sejamos incrédulos, cultivemos o dinheiro e o poder, que passemos por cima de tudo e de todos em prol do que desejamos e que olhemos o mínimo possível para o irmão que está ao nosso lado precisando de ajuda. As pessoas se esqueceram, infelizmente, do real sentido da felicidade. Se esqueceram que ajudar e se doar é mais recompensador do que se vender e ignorar quem precisa. 

Nunca estive tão cansada mas tão realizada. Valeu a pena cada segundo de preparação e espera, valeu a pena vestir a camisa amarela e colocar a credencial no peito para ajudar as pessoas. Valeu a pena porque em cada sorriso, em cada olhar de agradecimento e/ou emoção, em cada palavra de uma língua que eu entendia ou não, eu pude sentir um Amor muito maior do que qualquer outro Amor que há no mundo. 

Foi especial, foi único, foi incrível. Foi ‪#‎JMJRio2013‬ 

Agora a contagem regressiva é para CRACÓVIAAAAAAA !!!!



Texto publicado no meu facebook em 30 de julho de 2013

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