quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Porque nós simplesmente não podemos ser como Peter Pan, filho.

Crescer faz parte da vida. 
Deixar as ilusões e a inocência da infância também.
Da mesma forma, esquecer pouco a pouco amigos imaginários que antes eram tão fundamentais também se faz necessário. 
Por mais que doa, por mais que nem sempre seja intencional.
Às vezes nós simplesmente deixamos de ouvi-los ou vê-los, porque outras coisas se tornam prioridade em nossas vidas. 
Vez por outra esbarraremos em fotos, desenhos, escritos ou brinquedos que nos farão lembrar do que vivemos com eles, mas nada disso poderá trazer de volta os momentos que dividimos com seres tão simples, que mais faziam parte da nossa imaginação do que do mundo real.
Eles eram do nosso universo particular. 
E, mesmo que tentássemos reviver todas as lembranças ou nos esforçássemos para criar novas, elas não seriam tão incríveis quanto as que tivemos na infância. 
Porque nossas mentes já se encontram corrompidas por conta da inocência que o crescimento nos arrancou. E sem a inocência, não se faz infância.
Por mais que doa, ou que se queira não fazer, deixe o Haroldo, meu filho. Mas não o esqueça, nem o abandone. Apenas guarde-o para que possa esbarrar nele de vez em quando e, assim, lembrar de todas as vezes que se aventuraram juntos nesse mundo que você estava apenas descobrindo.
Se ele foi parte do seu universo particular, ele é parte de você, porque conta um pedaço de quem você é e da sua história.
Guarde o Haroldo, Calvin, e de vez em quando se esforce para tentar ouvi-lo novamente e lembrar de quem você é de verdade.
Guarde-o para ter a certeza de que tudo foi real.







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