domingo, 24 de outubro de 2010

Meu Muiraquitã

É noite. Todos dormem.

Eu e a cidade permanecemos acordados.

A cidade, coitada, nunca tem descanso. Jamais tira um cochilo. 
Está sempre acolhendo uma alma perdida ou confusa em meio a seu caos.

Já eu, simplesmente não consigo adormecer.
Fecho os olhos e quase sonho com você à minha frente. Ingenuamente, abro-os na vã esperança de veres. 

Eis aí a causa de minha insônia : tua ausência.

Meu quarto cheira a presente e patchoulli, minha cama veste nossas lembranças, meu armário ainda guarda suas roupas e pela minha janela vejo as estrelas que ainda guardam nossos sonhos.

Ainda me lembro do dia em que o deixei, no auge de tudo.. Assim como também me lembro da forma como fostes levado de mim pelas mãos do destino.

Pode um amor resistir a tamanha distância ? 

O telefone toca. Do outro lado da linha ouço uma voz doce e quente. A sua voz.
Você também não consegue dormir, pelo mesmo motivo que eu, e de um jeito um tanto perverso, fico feliz por isso. Aos poucos, a sua suavidade me abraça e eu enfim adormeço.

Infelizmente, apesar da beleza do dia quando fito minha janela ao amanhecer, minha alegria não está completa. Falta o meu muiraquitã humanizado. Falta você. E por mais que possa se desejar um final feliz neste texto, ele não será possível no momento, porque esta história ainda não chegou a seu fim.

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