Sinceramente, eu acho muito injusto para com os (verdadeiros) estudantes determinadas declarações feitas por pessoas guiadas (sem perceber) pelo senso comum. Para entender melhor o que eu quero dizer, vamos a uma pequena crônica :
Um grupo de estudantes uniformizados se aproxima das portas (ainda fechadas) de um vagão do metrô lotado. Ora, também merecemos voltar às nossas casas !
Logo que as portas se abrem, inúmeras caretas de dentro do vagão começam a surgir e um burburinho de insatisfação brota de alguns pontos.
Os estudantes entram sob aquele discreto e silencioso protesto, todos com suas mochilas sendo seguradas para baixo ou na frente do corpo (assim como aquela voz calma e suave nos aconselha naquela gravação), mas ainda é perceptível que alguns passageiros se sentem incomodados com as tais.
Depois de pouco tempo, os estudantes passam a receber olhares tortos por conta do assunto por eles discutido : o fim de semana e muitas piadas. Pois bem, as estações vão passando e conversas paralelas vão surgindo entre eles sobre os mais variados temas. Acreditem ou não, mas até mesmo conversas feitas de forma sutil sobre vestibular, técnico e provas parecem incomodar alguns passageiros. Até que, finalmente, alguém diz :
“Depois de um dia estressante, ainda sou obrigada a aturar isso ...”
A vontade que eu senti no momento foi de me dirigir a ela da seguinte maneira :
“ Ô minha tia, olha só, eu não tenho culpa se a senhora teve um dia estressante e se a minha conversa não lhe agrada, mas a opção de ouvi-la ou não é sua, já que estou conversando num tom baixo. Garanto que se eu estivesse aqui dando inúmeras dicas de beleza, a senhora não estaria reclamando. “
Maaaaaaas, minha queridíssima mamãe me deu educação e me ensinou a não responder à provocações desta maneira. Portanto, farei uso deste espaço que é MEU e onde eu posso expor as minhas idéias, opiniões e reclamações da forma que bem entender. Se você pensa da mesma forma que aquela senhora no metrô, por favor, pare AGORA de ler este post.
Pois bem, eu acordo às 05:00 da manhã para ir à escola. Entro na sala de aula e, lutando contra o sono, tento assimilar todos aqueles conteúdos que farão de mim uma boa profissional (ou não). Saio do técnico e tenho um pequeno intervalo entre ele e o ensino médio (não dando tempo de voltar para casa para almoçar, tomar banho ou descansar.), que , em semana de provas, é usado para estudar para as mesmas.
A hora do almoço … Deveria ser um momento de alegria, satisfação, tranquilidade, afinal estamos “reabastecendo” ! Mas não. Precisamos respirar fundo e torcer para que o cardápio do dia seja um pouquinho variado (já que não é lá tão saboroso). Agora me digam, desde quando canjica (rala, diga-se de passagem) alimenta um adolescente em fase de crescimento, que passará o dia inteiro fora de casa ?
Para aqueles que podem pagar, há duas opções : salgados ou almoço no restaurante (comida com bicarbonato).
Depois do almoço, sala de aula novamente. Hora do intervalo e . . . Sala de aula mais uma vez.
Na hora da saída, conversamos um pouquinho com os amigos para esparecer, relaxar (mas somente quando isso é possível) e vamos enfrentar nossas conduções simplesmente lotadas .
Tudo bem, alguns podem alegar que nós não fazemos mais do que nossa obrigação, que muitas pessoas têm a rotina bem mais desgastante que a nossa, que nós passamos o dia inteiro sentados mas, esperem um pouquinho : não passamos o dia inteiro sentados (acho que também não suportaríamos), também sofremos no calor com uniformes quentes, carregamos mochilas pesadas com livros enormes, não nos alimentamos da maneira correta, viramos noites estudando para inúmeras provas a serrem realizadas no dia seguinte e fazendo trabalhos intermináveis (ou seja, não dormimos direito), acordamos ainda de madrugada , chegamos tarde, levamos trabalho para casa (lógico) e ainda precisamos nos manter atualizados sobre o que acontece no mundo. De certa forma, somos sim trabalhadores.
Outro fato importante : tente observar as demonstrações de falta de educação dentro de um metrô, por exemplo (aproveitando a deixa da crônica) e constate que a maioria delas não provém dos estudantes, mas sim daqueles que, normalmente são os primeiros a recriminar o comportamento de deles.
Participei de uma cena que me deixou revoltada quando eu ainda era do primeiro ano do ensino médio :
Metrô cheio, bancos especiais ocupados por homens bem vestidos . Eu estava sentada no banco normal, paralelo a estes, quando uma mulher carregando uma recém-nascida em um dos braços e, no outro,uma bolsa grande com as coisas da menina (daquelas usadas para carregar fraldas, mamadeiras, toalhinhas e todo o tipo de aparato que o neném venha a precisar na rua) entrou no vagão . Algum daqueles homens engravatados sentados no lugar destinado àquela mulher, levantou-se e cedeu o lugar a ela ? Não ! EU,a estudante MAL EDUCADA , SEM-NOÇÃO e INCONVENIENTE, levantei e cedi meu banco à mulher.
Para aqueles homens sentados naquele maldito banco naquele dia.
Portanto, deixemos de ser preconceituosos e paremos de generalizar o comportamento dos jovens, porque TODOS os adultos de hoje passaram por isso e muitos outros,que estão crescendo,ainda passarão. Cada um possui uma personalidade e um comportamento, não sendo justo julgar a todos por causa de um. E mais uma coisa : antes de recriminar as atitudes alheias, procure fazer uma avaliação das suas, afinal, culpar os outros é muito fácil,mas reconhecer os próprios erros . . . (tsc tsc)
3 comentários:
concordo em gênero, número e grau Helo. Queremos voltar para casa e ainda estamos "errados", só porque somos estudantes ?
interessante seu post mas eu geralemnte não passo por 50% daquilo que você passa diariamente "(hehehehe)", mas concerteza a rotina de estudoé realmente a mesma ou ainda pior.
Com relação a atitude daquela mulher ao colocar indevidade uma observação a qual não ajudaria o seu dia "estressante" devo dizer que se fosse aqui em São Luís, MA essa situação terminaria pior. por isso é bom ficar "calado" mesmo que para isso você sofra.
vlw e até + """"
HuahuahauhauahauhauhH. É né Sillas, a gente sooooooofre.
Rs.
Thalyson, eu tinha a maior vontade de conhecer a rotina daí. Parece outro mundo cara. Rs.
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